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Segue abaixo uma nota passada na internet sobre transgenia e alimentos transgênicos que pode aumentar ou diminuir os conhecimentos sobre o assunto... Caso haja comentários sobre a matéria gostaríamos de receber e ampliar a discussão. Luiz Mourão. (para discussão interna entre os membros do IDA).

NOTA

Estamos acompanhando, pela imprensa, a polêmica entre cientistas mundiais sobre esse novo nome que passa a ser constante em nosso dia-a-dia: alimento transgênico.

O que é isso?

Transgenia quer dizer tirar genes de um ser vivo, por meio de engenharia genética, e passar para outro ser vivo, com o intuito de aperfeiçoá-lo, seja ele animal, vegetal ou bacteriano. (por isso, são chamados também de: alimentos frankstein)

É uma técnica fascinante, que pode tornar alimentos mais resistentes a pragas, possibilitando aumento da produção e redução drástica no uso de agrotóxicos.

O problema é que ainda não se sabe ao certo que tipo de distúrbios isso pode causar ao organismo humano.

As bactérias que coabitam nosso corpo vão ficar mais resistentes, se ingerirmos alimentos geneticamente modificados?

Produzirão reações que não conhecemos?

Não sabemos e poderemos pagar um alto preço se quisermos saber a qualquer custo.

Alguns dos resultados:

Pesquisadores da Escócia observaram que ratos alimentados com batatas transgênicas começaram a apresentar alterações em seu sistema imunológico e distúrbios em vários órgãos vitais. Esses resultados foram endossados por cientistas de outros países. (os ratos ficavam mais sujeitos à doenças - menor imunidade é isso- e tinham o tamanho de seus cérebros diminuídos em relação aos demais ratos que não se alimentaram de transgênicos).

O mercado europeu e japonês não aceita esse tipo de alimento. No Brasil, já estamos consumindo produtos transgênicos sem a população saber, pois eles entram na composição de muitos importados aqui consumidos. ( recentemente saiu uma lista nos jornais: batatas pringles, produtos à base de soja..., alguns produzidos made in Brazil )

Em outros países, a legislação obriga o produtor a informar no rótulo em caso de se tratar de um alimento transgênico; aqui, a discussão está apenas começando. (obs.: 05, ver abaixo)

Senhores Candidatos a cargos eletivos, eis uma boa causa! Contamos com a defesa dos senhores, para exigir uma pesquisa séria sobre o assunto e uma rotulagem obrigatória dos produtos transgênicos.

Alguns comentários:

1) - Recentemente o Ministro da Agricultura, Pratini de Morais, defendeu em artigos nos jornais, o uso de transgênicos, avisando que esta safra brasileira deverá ser a última sem o uso dos transgênicos. O Ministro compara o atraso que causou ao país a "reserva de mercado dos produtos de informática" com a não adoção dos transgênicos na agricultura nacional, que podemos perder um grande mercado internacional. Argumenta que os custos para o produtor devem cair até 30%.

Quem tem interesse nisso?

Quem vai se beneficiar com os transgênicos?

A resposta:

1) Grandes grupos multinacionais (em sua maioria, empresas Norte-Americanas) Certamente vamos ficar nas mão destes grupos, comprando suas sementes e seus herbicidas. Um cartel tão poderoso como o dos medicamentos. Os eventuais lucros ao produtor, eles facilmente darão "um jeito de acabar".

2) A primeira empresa que brigou em favor dos transgênicos no Brasil foi a Monsanto (o que eles tem de "santo", juro que não sei ainda), que vem a ser a fabricante do herbicida Roundap. Ela desenvolveu um tipo de soja que era resistente ao seu herbicida, que normalmente, matava tudo, mato, soja, qualquer planta... Isso barateia a produção, pois necessita de menos mão de obra (mais desemprego no campo) e polui com o uso do herbicida os rios e as terras (é agrotóxico, não se esqueçam).

Hoje, os maiores produtores de alimentos frankstein são os USA e a Argentina. Se o Brasil entrar nessa, será um importante aliado, significando que mais da metade dos grãos do planeta serão de transgênicos... Porém, este modelo, que depende de grande mecanização agrícola e uso agrotóxicos, é exatamente o que os USA querem. Assim eles se tornam mais competitivos que nós (tem mais capital e financiamentos), podem baixar o preço internacional dos produtos agrícolas e o nosso agricultor, se quiser produzir, terá menores lucros ou até prejuízos.

O menor uso de agrotóxico, deve ser entendido como uso de agrotóxicos muito mais potentes e perigosos.

3) Dizem que "não há pesquisas suficientes para provar que os transgênicos fazem mal". Por outro lado, há pesquisas suficientes indicando que "quanto menos artificial a alimentação, mais saudável é para o ser humano". Alguém tem alguma dúvida que estes alimentos frankstein serão, de alguma forma, artificiais?

Até mesmo os naturalistas, vão estar comendo "alimentos naturais" como soja, milho, batata, trigo, arroz ...que poderão se tornar tão artificiais como uma coca-cola.

Depois da síndrome da vaca louca, poderemos ter a síndrome da batata louca, da soja louca, do milho louco, do frango louco, do porco louco...vai ser uma loucura. (A vaca louca começou quando alimentaram seres herbívoros - as vacas - com ração que continha misturado carne de ovelhas).

4) Porque será?

Os europeus e os japoneses têm muito mais consciência ecológica e preocupação com a saúde que os americanos. Se o Brasil, ao invés de produzir transgênicos, produzisse alimentos orgânicos ( sem uso de agrotóxicos) teria um enorme mercado consumidor pela frente, a preços muito mais vantajosos.

É isso que os USA e o nosso Ministro da Agricultura parecem não desejar. Ao invés de produzir uma "commoditie" ou seja, um produto que qualquer um é capaz de oferecer, ele teria um produto diferenciado, que até mesmo uma boa parcela dos americanos iria preferir poder comprar. ( hoje, em praticamente todos os supermercados americanos há uma seção de produtos orgânicos, onde o consumidor paga mais caro para ter a certeza de que está consumindo algo saudável ). Veja o recente exemplo do nosso café. Alguns produtores investiram na qualidade e sabor do café, e produzindo-o de forma orgânica, obtêm preços até 5 vezes maiores que o do café comum (commoditie) no mercado internacional. Um detalhe: o produto orgânico necessita de mais mão de obra, claro.

Mas isso por acaso é ruim para o Brasil, que precisa gerar empregos?

É ruim para os USA, que têm um custo muito alto para contratar trabalhadores.

5) E será que o rótulo será suficiente?

Eu nunca comprei batata na feira que tivesse rótulo. O Mac Donald's comunicou que "não vai mais usar batatas transgênicas em suas lanchonetes, em respeito ao consumidor". Isso significa que ele já usava sem ter lhe avisado. Agora decide parar porque a opinião pública está tomando consciência do perigo dos transgênicos.

Mercadologicamente, isto é bom para a empresa. E será bom para nós, que o debate sobre os transgênicos chegue ao maior número de pessoas possível. Porque a grande maioria dos brasileiros não faz a menor idéia do que seja isso. De repente, alguém até pensa que "transgênico é mais higiênico, tem a ver com limpeza..."

Obrigado a você que teve a paciência de ler até o fim deste e-mail. Se vc achar necessário, faça suas observações também e passe para a frente. Se nós não temos o espaço que o sr. Ministro tem na mídia para falar besteira, nós temos a internet para exercer nossa cidadania.